Uns
congratulam-se pelos avanços, outros lamentam pela falta de progressos. Na
verdade, era esperado mais da 17ª Conferência Climática da ONU que teve lugar
em Durban, África do Sul, de 28 de Novembro a 9 de Dezembro, mas nem tudo está
perdido.
Apesar
de se ter dado mais um passo no combate às alterações climáticas e se ter
criado o “Pacote de Durban”, os acordos ficam muito além das expectativas do
ambientalistas, remetendo-se as verdadeiras discussões para mais tarde. A
Quercus defende que o acordo alcançado este ano tem falta de ambição, não
apresentando um caminho claro.
Esta conferência ficou marcada pela actuação negativa de países fundamentais na
luta contra as alterações climáticas. “Houve uma importante e positiva aliança
da União Europeia, países menos desenvolvidos e países pequenas ilhas. Os EUA
conseguiram impedir muitos dos países progressistas de tomarem as acções
desejadas, e nesse sentido foram apoiados pelo Canadá, Austrália e Nova
Zelândia. O Japão e a Rússia não desempenharam o papel que podiam ter
assumido”, afirma a Quercus.
O protocolo de Quioto foi renovado por um segundo período de cumprimento que
será decidido na próxima reunião se se estenderá até final de 2017 ou final de
2020. O problema é que esta segunda fase será mais fraca, pois o Canadá, a
Federação Russa e o Japão já afirmaram não aceitar metas de emissões desta vez.
A criação de um novo acordo global para o clima está prevista mas, segundo a
Quercus, sairá tarde demais e não terá a ambição necessária. O grupo de
trabalho para a criação do novo protocolo só terminará a sua tarefa em 2015,
depois a informação do 5º relatório do Painel Intergovernamental para as
Alterações Climáticas (IPCC) a ser publicado também em 2015 (o relatório de
cientistas que suportam as negociações e cujo último foi publicado em 2007)e
que deverá suportar as acções a desenvolver. “ Na opinião da Quercus, ao
se considerar o ano de 2020 para a entrada em vigor deste instrumento,
admitindo o seu sucesso, será já tarde demais de acordo com o que se conhece
dos cenários que implicam um pico de emissões anterior precisamente a 2020. O
documento é também fraco no seu conteúdo geral.”
A Quercus chama à atenção para a necessidade de medidas mais restritas, porque
apesar de alguns esforços, “continuamos num caminho para um aumento de
temperatura de 4 ºC em relação à era pré-industrial e, portanto, acima de um
aumento de 2 ºC que constituem o limite acima do qual as alterações climáticas
serão catastróficas”.
Fonte: Industria e Ambiente